Na tumultuada história da humanidade, o papel crucial dos seguros em tempos de guerra emerge como um capítulo muitas vezes esquecido. Rumores persistem de que durante a Segunda Guerra Mundial, o seguro desempenhou um papel fundamental na vitória aliada na Batalha do Atlântico. Diz-se que, sem as indenizações seguradoras, a Grã-Bretanha teria lutado para repor as perdas causadas pelos submarinos alemães, comprometendo o abastecimento essencial para o esforço de guerra. Alguns até atribuem a Winston Churchill, o primeiro-ministro britânico na época, a afirmação de que o seguro foi um fator decisivo.
De fato, embora as apólices geralmente excluam riscos relacionados à guerra, revolução e terrorismo, a emissão de seguros com cobertura para atos de guerra não é proibida. As seguradoras, ao oferecerem tais apólices, desempenham sua função fundamental de proteger vidas, patrimônios e capacidades de atuação contra os riscos iminentes que a guerra representa.
O seguro de transporte internacional, por exemplo, incorpora cláusulas especiais para operações em zonas de conflito. Essas cláusulas entram em vigor quando as cargas precisam atravessar áreas marcadas pelo caos e pela insurgência militar. Esta prática não é novidade, remontando aos tempos críticos da Segunda Guerra Mundial, quando o seguro foi fundamental para manter o fluxo de navios de carga para a Grã-Bretanha.
Seguros de vida tradicionais geralmente excluem coberturas relacionadas à morte e invalidez decorrentes de conflitos armados. No entanto, militares de diversas nações contam com seguros de vida específicos para proteger a si e suas famílias dos riscos inerentes ao serviço militar, inclusive em situações de combate. As seguradoras, ao oferecerem essas apólices, baseiam-se em cálculos atuariais, ajustando os prêmios de acordo com os riscos agravados pelas atividades dos segurados.
Já os seguros patrimoniais, ao contrário, excluem explicitamente os riscos de guerra de suas coberturas. A delimitação e previsibilidade das zonas de conflito tornam praticamente impossível incluir tal garantia nas apólices. Assim como em casos de terremotos ou furacões em áreas específicas, a alta probabilidade de ocorrência de eventos relacionados à guerra pode comprometer a solidez da seguradora, inviabilizando a oferta de cobertura.
Em resumo, em tempos de guerra, o que pode ser razoavelmente segurado encontra seu lugar nas apólices, enquanto o que não pode, permanece fora do alcance do mundo dos seguros. O equilíbrio entre proteção e risco se desenha em meio aos desafios e incertezas que permeiam os períodos de conflito.